domingo, 17 de junho de 2012

Ja assim se dizia!

"Deve-se estar sempre embriagado,
Nada mais conta.
Para não sentir o horrível fardo do tempo
Que esmaga os vossos ombros e vos faz pender para a terra
Deveis embriagar-vos sem tréguas.
Mas de quê?
De vinho, de poesia, de virtude,
À vossa escolha.
Mas embriagai-vos.
E se algumas vezes, nos degraus de um palácio,
Na erva verde de uma vala,
Na solidão baça do vosso quarto, acordais,
Já diminuida ou desaparecida a embriaguez.
Perguntai ao vento, à onda, à estrela, ao pássaro, ao relógio,
A tudo o que foge, a tudo o que geme, a tudo o que rola, a tudo o que canta, a tudo o que fala,
Pergunte que horas são.
E o vento, a onda, a estrela, o pássaro, o relógio lhe responderão:
São horas de embriagar-se!
Para não seres escravos martirizados do tempo
Embriagai-vos sem cessar!
De vinho, de poesia, de virtude,
À vossa escolha!"

(Baudelaire)
 
Um bem haja aos meus irmãos cavaleiros aqui do norte!

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